Capitulo 9 - O maldito dever

Capitulo 9 - O maldito dever

Minha visão está coberta com vários monstros estranhos, porem estranhamente eu me aproximo de um deles, ele é alto com longas assas coberto de escuridão, sua presença e esmagadora e tenho um certo pressentimento que tento ignorar com todas as minhas forças…

Aproximo minha mão como um gesto amigável tentando estabelecer uma relação diferente do que todos esperam de mim com esses monstros…

De repente, percebo que ambos estávamos assustados, logo, para o confortar, dou-lhe um abraço aconchegante…

E pela primeira vez o monstro sorriu…

De repente Soc acorda, estranhamente feliz com seu sonho, se perguntando o que mudou em sua vida para esse tipo de sonhos entrarem em sua cabeça. Porem sua felicidade dura tão pouco quanto a vida de uma borboleta recém-nascida, já que ela é destruída com a lembrança que ele acordou seis horas da manhã não para poder ver seus animes favoritos na televisão, mas sim para ir para a escola numa segunda-feira.

Soc de maneira deprimente se levanta e começa a sua rotina diária com nenhuma diferença. E quando termina de se preparar, Soc escuta sua vó dando-lhe um bom dia na distância, dando-a um bom dia de volta.

Soc no caminho para escola se encontrou com Pepe como sempre porem ele sentiu algo de diferente em Pepe.

— Você conheceu quem? - Perguntou e afirmou Soc deixando Pepe visivelmente confuso.

— Pera, quê? Como você sabe que eu conheci alguém novo ontem?

Soc o olhou com uma cara de taxo, tentando entender a pergunta que Pepe acabara de fazer.

— Pepe. Eu te conheço nos últimos 3 anos, eu consigo te ler, ainda mais quando se trata de conhecer outras pessoas. - Diz Soc enquanto começa a tirar seu celular da mochila. - E você postou nos seus status “Q conversa longa do krl G kkk, manera nessas figurinhas”. - Enquanto Soc finalizada sua sentença encarando Pepe com sua cara de taxo, Pepe começou a ficar um pouco envergonhado, finalmente lembrando do status que ele postou ao mesmo tempo que sentindo uma enorme vergonha dele, já que apenas o postou para seguir com um meme que ele avia visto, já que ele finalmente conheceu alguém novo.

— Tá bom, você “me pegou” - Diz Pepe com uma entonação um pouco sarcástica - Agora me responde duas coisas. Primeiro: Se eu não tivesse postado o status, você ainda sim, saberia que eu tinh- Soc corta Pepe - Sim, saberia - Pepe altera levemente seu tom de voz para poder assustar levemente Soc - Eu estou falando querido. Segundo: Você fez o dever de casa de matemática? - Tais palavras provocaram as memórias de Soc, instantaneamente o fazendo respirar de forma levemente ofegante, tremendo de maneira extremamente perceptível e segurando para não surtar em cima de seu amigo.

— P-Passa a r-resposta? - Diz Soc com uma voz tremula. - Claro né, anta. - Responde Pepe

Soc e Pepe chegam na escoa, começando suas rotinas de sofrimentos pre-maturos antes das aulas realmente começarem.

— Toma. - Diz Pepe enquanto entrega seu caderno de matemática para Soc - Eu tenho que encontrar uma pessoa agora, te vejo na sala de aula. - Soc observa Pepe andar até a quadra de sua escola, o que gera uma certa estranheza em Soc, por Pepe ser um aluno menos inclinado para problemas já que a quadra de esportes fica fechada fora das aulas, porem sua distração rapidamente é quebrada quando ele sente uma sombra se formando em suas costas.

— Po! - Diz Soc levemente entusiasmado

— Wow, por que de tanto entusiasmo assim logo de manhã? - Pergunta Po de maneira extremamente confusa, porem ele se sente feliz em ver seu amigo feliz. - Bem, não tem nenhum motivo em especial...

Po e Soc começam a se encarar de maneira constrangedora, até um ponto onde ambos decidem simplesmente abandonar o assunto antigo e partir para sala de aula...

— Aliás, você fes o dever de matemática? - Pergunta Soc de maneira calma, como se ele também não estivesse com sorte por ter o caderno de Pepe.

— Pera... Quê?! - Grita Po de maneira estrondosa que assusta levemente Soc - TINHA DEVER PARA FAZER?! Droga, eu passe a semana inteira desenhando e vendo anime.

Soc tentando reverter o estado de euforia de Po diz que tem as respostas da atividade e se forem rápidos ambos vão poder responder tudo e chegar na hora da primeira aula que é de matemática.

— Ok, ok, mas onde nos vamos achar um lugar onde não tenha muitas pessoas, as pessoas da sala são muito dedo-duro

Soc começa a considerar algo que ele não chegou a pensar em algum tempo, e enquanto ele nadava em suas próprias crenças, Po o interrompe o perguntando - Você tem alguma ideia de onde a gente pode estudar?

Soc respira profundamente. - Eu conheço um lugar perto da escola, escondido no meio das árvores do refeitório externo, dentro de um tronco oco que cabe nos dois. Da para nos dois copiarmos o dever que o Pepe me entregou e voltar a tempo de começar as aulas.

Po escutando cautelosamente as palavras de Soc rapidamente já agarra sua mão dizendo... - Vamo ir correndo porque a aula vai começar em 20 minutos!

Po começou a correr de maneira na qual Soc mesmo tentando não conseguia o acompanhar, e logo foi ficando para trás e a ofegar de maneira descontrolada.

— Cara você ta legal? - Pergunta Po com uma expressão confusa enquanto gradualmente para de correr para poder conversar de maneira menos desesperada.

— Eu to UHF bem, eu só não só acostumado a correr.

— A, me desculpa, vamos andando então. - Diz Po visivelmente envergonhado por arrastar Soc de maneira tão desesperada, o que faz com que Soc ache fofo e considerativo de sua parte.

— Ufa, obrigado, muito atencioso de sua parte - Diz Soc com suas bochechas levemente rosadas.

— Não é nada de mais...

Ambos caminharam ligeiramente rápido em direção ao tronco secreto de Soc o que consequentemente fez com que ambos chegassem ligeiramente rápido, e assim que eles chegam, Po imediatamente percebe que dentro do tronco, a alguns papéis colados por dentro.

— Hey, o que são todos esses papeis colados nesse tronco, e como você encontrou ele em primeiro lugar?

— Bem, eu achei o tronco por pura sorte, um dia que eu estava meio triste e sai caminhando pelos arredores da escola além de toda a sala ter inventado um boato extremamente idiota sobre essa parte da escola. E os papeis são alguns poemas que eu escrevo de vez em quand- Po ouvindo cautelosamente essa ultima parte da sentença de Soc, fica imediatamente impressionado e se sente na obrigação de falar. - QUE LEGAL! Deixa eu ler?! Por favooooor!

Soc imediatamente se assusta, pois, nunca encontrou ninguém que realmente compartilhava um amor por poesia. - Pera você gosta de poesia?

— Sim, bem, na verdade, eu gosto de apenas ler. Distrai minha cabeça da realidade.

Soc sentindo-se um pouco envergonhado tira um dos poemas colados por uma fita no interior do tronco, e o entrega na mão de Po, com uma expressão extremamente envergonhada porem fofa dizendo... - Não me julga, ok? - Hipnotizando Po, não através de sua poesia, mas sim de seu pequeno e fofo rosto.

Ambos ficaram se encarando por um curto período de tempo, segundos que se pareceram minutos que se pareceram horas. Até que o papel finalmente chegou na mão de Po, fazendo todos os seus sentidos voltarem e finalmente percebendo o que estava acontecendo, pegando o papel de maneira rápida e virando seu rosto para esconder as suas bochechas coradas...

O campo do julgamento

"No mais verde dos campos

A flor-de-lis e cercada pela multidão

Pinturas, formadas de pessoas

Pessoas formadas de Pinturas

Todos, Julgando a flor-de-lis

A flor por si sô

Murcha de tanto a julga-la

De tanto a observa-la..."

— ... Então... Qual o significado desse? - Pergunta Po um tanto quanto confuso, já com as bochechas em sua pálida cor natural

— Bem, eu não escrevo com muito pensamento, a maioria das vezes eu só deixo as ideias irem para o papel, eu não controlo meus pensamentos de qualquer jeito.

— Wow, como assim você não controla seus pensamentos? - Pergunta Po com a expressão mais confusa que ele já fez em frente a qualquer pessoa.

— A, não é nada de mais, eu tenho TDAH.

— Ataaaaaa, isso faz mais sentido, isso não te atrapalha a ver as aulas?

— Não, eu geralmente tomo um remédio para reajustar o meu cérebro hahaha.

Soc e Po continuam a conversar sobre diversos assuntos totalmente esquecendo da razão de estarem ali. E no momento em que o sinal toca na distância...

WEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEONNNNNN

— MERDA! - Exclama Soc, percebendo que ambos esqueceram de copiar o dever de casa.

— Saco agora você PRECISA correr. E a gente nem copiou o dever.

— Ok eu posso tentar, mas antes de você disparar na minha frente, lembra de não falar para ninguém desse lugar. Olhe para ele como o meu... NOSSO cantinho secreto na escola. - No momento que Po escuta a palavra nosso suas bochechas começam a rosar, e quando ele percebe isso já é tarde de mais, e Soc percebe também, o fazendo corar junto, e assim que ambos se percebem, e lembram da situação, começam a correr em direção a escola, porem, Po controla sua velocidade para poder acompanhar Soc, o deixando envergonhado.

— Pode ir na frente. - Exclama Soc, tentando desesperadamente não perder o folego enquanto corre. —  Eu vou logo atrás de você.

Po o escutou, acenou com a cabeça e correu 2 vezes mais rápido na frente de Soc, o impressionando com sua velocidade. E ao longo que Soc ia perdendo Po de sua vista, mais e mais seu rosto ficava corado num ponto onde era possível o confundir com um tomate.

POV Soc

Eu sinto como se eu fosse surtar a qualquer momento, como ele possa ser meu amigo? E mais estranho ainda, por que eu me sinto tão estranho perto dele? Como se... Eu... Não impossível, eu nunca me senti assim por ninguém certo... Mas sera que é possível que eu...

— Me Apaixonei pelo Po?


POV Pepe

Espero que eu não esteja atrasado, eu vim até mais cedo para poder conhecer ele melhor, é a primeira pessoa que eu conheço em muito tempo que tem esses gostos extremamente desconhecidos para jogos. Eu PRECISO ser amigo dele, eu quero o conhecer melhor!

Enquanto Pepe pensava profundamente no que ele diria para Gabe, o próprio chega sorrateiramente aras de Pepe. Gabe Agarra o ombro de Pepe e o vira de maneira rápida, fazendo um som de filmes de terror na orelha de Pepe.

— Assustei você? - Diz Gabe com uma leve cara de deboche, em quando pressionava Pepe contra a parede da biblioteca, que tropeça nas palavras por uma fração de segundo até finalmente se recompor.

— Não, mas me pegou desprevenido, então talvez sim. - Diz Pepe logo após começar a dar uma leve risada na tentativa de Gabe ao assusta-lo, o que, na verdade, conseguiu o fazer ficar com tesão do garoto que acaba de o jogar contra a parede.

Pepe tira as mãos de Gabe de seus ombros e eles começam a conversar.

— Então, tem essa coisa que eu fiquei curioso, por que você veio morar nessa cidade? Não tem muito o que fazer aqui e o maior ponto turístico da cidade é uma caixa que fica num parque perto da escola que foi abrigo de 20 filhotes até uma ONG vir e resgata-los.

— Bem… - Minha mãe estava pesquisando cidades pequenas com uma população receptiva e pouco preconceituosa da etnia, religião e sexualidade das pessoas, já que isso é muito importante para ela como uma mulher lésbica. - Pepe ao ouvir essa historia fica intrigado pensando em como uma pessoa com uma história tão interessante veio colidir com sua vida completamente pacata e ordinária e imediatamente o responde. - Bem, acho que sua mãe estava certa, a nossa cidade tem um jornal local que praticamente serve apenas para falar para os idosos as previsões do tempo, já que nada de muito interessante acontece por aqui. - Apos Pepe terminar sua sentença Gabe rapidamente o retruca dizendo. - Não é verdade, quando eu cheguei meu instinto de fofoqueiro profissional ativou e eu fui pesquisar os babados dessa cidade e acabei descobrindo que dois serial killers já passaram por aqui, além de um prefeito de uma cidade próxima usava essa cidade como um ponto para lavar dinheiro.

— Bem… Essas coisas aconteceram, mas a história da lavação de dinheiro já é bem antiga.

— Mais a dos serial killers não. - Diz Gabe com uma cara convencida.

— É, é verdade… Quer saber algo interessante sobre essa historia, que só eu sei? - Diz Pepe com uma cara convencida, explodindo a curiosidade de Gabe que grita.

— CLARO QUE SIM!

— Beleza, mas fala mais baixo.

— Isso aconteceu com um amigo meu, quando ele estava voltando para sua casa, um dia antes dos serial killer serem pegos. Esse meu amigo viu os dois entrando na casa da última vítima que eles fizeram e me falou que eles estavam muito chiques de terno e gravata como se fosse apenas dois homens de negociosos com um carro chique entrando numa casa de uma família desconhecida.

— WOW não acredito que você sabe disso, isso nem a polícia documentou, ou os jornais que eu li a notícia falaram. - Exclama Gabe com muito entusiasmo - Obrigado por falar, eu adoro conhecer alguma informação nova sobre esses casos criminais… Ou sobre qualquer coisa que eu conheça, em geral.

Ambos continuaram a conversar por um tempo até que…

WEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEONNNNNN

— O porra, o sinal para a aula. - Reclama Gabe querendo passar mais tempo conversando com Pepe

— Bem você provavelmente vai ter que se apresentar para a turma, mas a sua sorte é que você chegou cedo, então ninguém sabe que vai ter um aluno novo. Gabe interrompe Pepe, e de forma fofa fala - Além de você é claro. - O que deixa as bochechas de Pepe levemente rosadas o que Gabe rapidamente percebe, fazendo suas bochechas também ficarem rosadas.

— Bem, vamos para a sala antes que a gente chegue atrasado. - Exclama Gabe já andando para fora da biblioteca.

Ambos caminham juntos até a sala de aula e no caminho, Po esbarra nos dois fazendo todos caírem.

— AU, desculpa gente. - Diz Po ofegando, pois, ele esta muito cansado de toda a correria para chegar a tempo na sala de aula.

— Não é nada, o problema seria se você tivesse caído em cima da gente, cara você é enorme! - Exclama Gabe um pouco desconcertado pela pessoa que acaba de esbarrar com ele.

— Ah, não é nada Po, aliás, esse é o Gabe, eu conheci ele esses dias e o Soc pagou de CSI descobrindo tudo no momento que aconteceu.

— A, oi, eu sou o Po, nunca te vi por aqui, é um aluno novo? - Diz Po enquanto todos se levantavam.

— Nem vem Po você é o aluno novo aqui ha ha ha.

— Sou sim, você também é aluno novo né? Uma coincidência muito esquisita… Pepe você gosta de conhecer gente nova? - Pergunta Gabe fixamente olhando para Pepe.

— Que isso, para de me encarar, não, eu mal conheço gente nova nessa escola. Vocês que são os estranhos de me conhecerem do nada. Vamo logo para sala antes que a gente atrase.

Po olha com extrema preocupação para trás se perguntando no porque de Soc estar demorando tanto, e se ele vai chegar a tempo.

— Já se passaram 5 minutos cadê ele - Murmura Po

Po cada vez mais preocupado Po pensava profundamente…

Por que ele não chega logo, a aula vai começar e o horário é da professora mais rigorosa… Porquê… Eu me importo tanto com ele? Parando para pensar, eu o conheci só 3 semanas atrás, mas mesmo assim, eu não consigo deixar de me preocupar com ele, por que eu me sinto tão estranho, sera que só nessas últimas semanas que a gente vem conversado, eu já me sinto próximo nesse nível? Mas… Não faz sentido, eu me sinto estranho perto dele, não me parece algo bom olhando desse jeito, ele pode querer acabar com nossa amizade nesse ritmo… Eu não quero perder uma amizade em só 3 semanas, ele me faz me sentir bem, e eu não quero que isso acabe por uma coisa que eu não sei descrever.

— Eu vou ter que conversar com ele sobre isso depois - Murmura novamente

Po, Pepe e Gabe finalmente chegam na sua sala de aula, todos olham pela porta, A professora ainda não havia chegado, os três com alívio entram juntos e sentando em seus respectivos lugares, e Gabe se senta ao lado de Pepe que continuam a conversar.

Porem, Po fica a cada segundo mais e mais preocupado com Soc, sua visão começa a girar, mesmo sentado, Po percebe seus joelhos ficando bambos, a cada segundo a professora de matemática pode chegar e Soc ainda não vai ter chegado…

Po se levanta de sua cadeira e sai da sala, tentando chamar o mínimo de atenção possível aproveitando do fato de sua professora ainda não ter chegado, e assim que Po saiu de sua sala, começou a correr loucamente até o ponto onde ele e Soc se separaram.

A cada passo, Po se sente 10 vezes mais tenso sua cabeça vai a mil - Por que ele ainda não chegou na sala? - Po estava mais tenso e preocupado correndo mais e mais rápido.

Até que Po percebe algo caído no caminho para a árvore oca. E sua boca se abre em uma combinação de susto misturado com felicidade e tristeza.

Po encontra Soc caído no meio da estrada, inconsciente…

Continua…

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